Para entender o que ocorre hoje em relação à magia cigana no Brasil, é necessário distinguir entre os ciganos reais e os simbólicos.
Os ciganos reais tendem a seguir a religião dominante no país em que vivem; assim, no Brasil, a grande maioria deles se diz católica, onde vem crescendo a sua ligação com a Umbanda.
É justamente aqui que surgem os ciganos simbólicos: desde o início, a Umbanda incluiu no seu panteão, povos de diversas origens, incluídos na linha do Oriente.
Foi aí que os ciganos se incorporaram à Umbanda.
A princípio, era apenas mais um pequeno grupo de entidades, a que a imaginação popular dava um aspecto e um comportamento estereotipados, inspirados na visão romântica dos ciganos.
Freqüentemente, essas entidades tinham personalidades poucas definidas, como a “Ciganinha” ou a “Cigana da Estrada”, com o tempo, entretanto, ocorreu uma mudança.
Embora não se possa dizer qual é o peso disso no total da população cigana no Brasil, o certo é que alguns ciganos, ou descendentes deles, aproximaram-se da Umbanda.
O intercâmbio entre as duas culturas teve como resultado a sofisticação crescente do trabalho com espíritos ciganos, que adquiriu feições próprias, quase independentes do restante do culto.
Hoje em dia, muitas pessoas que trabalham com espíritos ciganos não se consideram de Umbanda e realizam sua devoção de forma independente de qualquer culto organizado: é um culto essencialmente individual e doméstico, resultante, em geral, da simpatia ou da curiosidade a respeito dos ciganos.
Essas pessoas tendem a seguir também as devoções dos ciganos reais, inseridas no catolicismo.
A religião formal seguida pelos ciganos é complementada pela crença no sobrenatural, trazida de suas origens indianas e das regiões por onde passaram (principalmente a Europa Central e a Mediterrânea), onde ainda hoje sobrevive a bruxaria originária da antiga religião da natureza.
Muitas dessas crenças podem ser encontradas entre as práticas mágicas da população brasileira herdadas talvez em parte diretamente dos ciganos.
DIA DE SANTA SARA, 24 de maio
DIA DO CIGANO, 12 de outubro
Desde 1997, os ciganos comemoram também o dia de São Zeferino, o primeiro beato (e futuro santo) cigano.