terça-feira, 30 de novembro de 2010

CABOCLO VENTANIA

Conto essa história narrada pelo próprio espirito de caboclo Ventania; Nome hoje usado por ele em alguns de seus médiuns.

Viveu em sua ultima encarnação como índio sherokee ou (cherokee) em uma vila as margens de um rio. Em cherokee se dava o nome de Tanasi que pela expressão fonética certo inglês assim o traduziu por Tenessee em uma extensão de terra que iria até o rio ocanuofee.

Suas mulheres Indias cuidavam da lavoura,plantação de milho e aboboras,eram bordadeiras por excelência,e tinham o respeito de seus homens que as cultuavam como deusas.

Os indios por sua vez cuidavam da caça de ursos, da pesca ,da espiritualidade e da cura.

Muito inteligentes tinham por habilidade natural entender e ou aprender rapidamente diversas ,linguas de outras tribos,ou mesmo quando da invasão dos europeus as terras americanas ( ingleses , franceses e holandeses).

Ventania era caçador e Shaman de sua tribo,pois aos homens fortes em enfrentar ursos e bisontes ou bisons (uma espécie de Buffalos ) acreditavam eles que os deuses davam a estes caçadores força espiritual para praticar tal bravura.

Os Shamans cherokeses ou yroqueses cuidavam de doenças passavam a receita vinda de seus ancestrais a suas mulheres para manipula-las,pois acreditavam que as mulheres assim como o dom de dar a luz,ao manipular uma receita daria também a energia de cura a quem estava enfermo.

Conversavam com es espiritos e os consultavam para tudo o que faziam,portanto em uma vida primitiva já tinham a essência espiritual em suas veias.

Ventania nos conta que eles já faziam em formas de desenhos suas poesias,amavam a natureza como todo indio em qualquer nação, esta encarnação se deu a 700 anos atrás.

Seu desencarne se deu quando na disputa por seu amor,a tribo tinha por hábito quando uma india era pretendida por dois ou mais indios, eles disputavam em luta.

O perdedor, ou entendia e se convencia da derrota ou pedia para ser morto pelo vencedor,e foi oque aconteceu.

A india em questão iria ser disputada por ele e outro indio que tinha o nome de chuva vermelha por ser muito rápido com flechas onde em suas pontas eram colocadas em chamas,daí o nome de chuva vermelha.

Ao perder a luta Chuva vermelha disse que não 0 mataria; pois o respeitava pelas inúmeras curas,e pelas inúmeras caças que Ventania já havia feito para a aldeia.

Porém, Ventania inconformado com a derrota, pediu que o matasse pois o mundo seria ruim para ele sem a moça.

E foi o que aconteceu.

Com uma machadada na cabeça ele desencarnou.

Por ter pedido sua morte o mesmo se encontrou por longos anos no Umbral,onde somente quando encontrou-se com Balthazar ( nome celestial do espirito de São Jorge na terra )

Este mensageiro do espaço o levou para esferas de evolução onde hoje ele trabalha como espirito de luz.

O nome Ventania foi escolhido por ser mais parecido como Raio de vento que ele teve em sua encarnação.

Raio de vento devido a sua velocidade com que caçava buffalos e veados.

Este é o Caboclo Ventania que conhecemos e adimiramos e a seguir alguns de seus hábitos.


Oferendas para Ventania: Vinho tinto suave suco de milho.


Comida : Tudo a base de milho,abóboras ,camarão Rosa, peixes


Pedras: cascalhos, basaltos , quartzo verde.Flores: Girassol ,Rosas amarelas


Dia de comemoração a Ventania: 21/02


Seu amuleto: sempre a base de pedras ou algo de couro.


Sua imagem: Usa ele um cocar que vai até os pés,com calça de couro de urso,tem em média 1,80 cm de altura,cabelos lisos bem compridos castanhos escuros,pele vermelha cristalina,olhar acolhedor. asim ele se apresenta as muitas pessoas que o vê no astral,onde a narrrativa é sempre a mesma


Em terra Ventania trabalha com desobsessão,cura e aconselhamento .






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CABOCLO SETE FLECHAS

Caboclo 7 Flechas



Queridos irmãos Caboclos são entidades iluminadas, são guerreiras por criação, nada se pede aos Caboclos sem ter uma resposta, mas lembre-se esta entidade pede que o filho sempre lute por seus objetivos.

Para falarmos de determinada Entidade temos que levar em consideração diversos pontos, para afirmar então que essa ou aquela história pertence a tal Entidade é uma responsabilidade muito grande, para inicio de conversa quem escreve tal história tem ter em mente que a mesma pertence à Entidade que trabalha com ele e não todas as Entidades que carregam o mesmo nome, médiuns diferentes espíritos diferentes.

Vamos falar um pouco deste maravilhoso Caboclo, que de passagem já vos digo que não se trata apenas de uma Entidade e sim de toda enorme Falange que podemos encontrar a serviço de todos os Orixás, que usam o nome deste caboclo, de inicio iremos começar com uma frase muito bonita.

"Você que fala da Umbanda
Não sabe o que a Umbanda é
A Umbanda é força divina
A Umbanda é pra quem tem fé.
A Umbanda é de Preto-Velho
E de Caboclo de pé no chão
A Umbanda é de gente humilde
"Pois a Umbanda é amor e perdão"

Aqui eu não irei contar nenhuma história da Entidade e sim alguns fatores que devemos levar em consideração a respeito deste Caboclo.
A vibração original do Caboclo 7 Flechas é a vibração de Oxossi, porém temos que ter em mente que o Caboclo foi agraciado com 7 flechas em que cada uma representa uma vibração de cada Orixá, tendo assim a incumbência de enviar seus Falangeiros a todas as outras vibrações.

Por este fato é que encontramos Caboclos que usam o nome do seu chefe de legião (Caboclo 7 Flechas), espalhados por todas as 7 Linhas e sub-Linhas da Umbanda, ou seja, em todas as vibrações existentes dentro da Umbanda.
O Caboclo 7 Flechas receberam essas flechas de 7 Orixás, a mando de Oxalá e essas flechas podemos tentar definir cada uma.
- Oxossi colocou uma flecha no seu braço direito, flecha da saúde para que derrame sobre nós os bálsamos curadores.
- Ogum colocou uma flecha no seu braço esquerdo, flecha da defesa para que sejamos defendidos de todas as maldades materiais e espirituais
- Xângo cruzou uma flecha em seu peito, para nos defender das injustiças da humanidade.
- Iansã cruzou uma flecha em suas costas, para nos defender de todas as traições de nossos inimigos.
- Iemanjá colocou uma flecha sobre sua perna direita, para abrir nossos caminhos materiais e na senda da espiritualidade.
- Oxum colocou uma flecha sobre sua perna esquerda, para lavar os nossos caminhos, iluminar os nossos espíritos e nos defender de todas as forças contrárias à vontade de Deus.
- Omulu/Obaluaiê entregou em suas sagradas mãos a flecha da força astral superior, para distribuir à humanidade a Divina força da fé e da verdade.


O Caboclo 7 Flechas
- tem um conhecimento profundo das ervas e das folhas de nossa flora e da flora de outros países
- trabalha na cura
- exímio vencedor de grandes demandas espirituais e como alguns costumam dizer ele é um Caboclo Mandingueiro, ou seja, quebrador de mandingas destinadas a seus filhos e a seus protegidos
- manipulador das energias do Astral e não fica "preso" a nenhuma vibração.
- trabalha dentro de todas as vibrações com os Falangeiros que ele comanda.

Infelizmente alguns de nossos irmãos o confundem com o Caboclo Pena Branca justamente por ele trabalhar em todas as Linhas e em todas as vibrações junto a seus Falangeiros.

Assim também acontece com o Caboclo Pena Branca e seus Falangeiros, mas são Caboclos diferentes, vibrações diferentes e principalmente "ordenanças" diferentes, um tem sua vibração original junto a Oxossi e o outro junto a Oxalá.



Não vá contra a sua consciência, só ela mostra a verdade , ela é a visão clara das coisas que a idolatria pode cegar!Paz profunda!
Amor eterno!

Razão e verdade seja sempre o seu lema!
Assim seja!
(Caboclo 7 Flechas, Do livro: Umbanda é Luz – Wilson T. Rivas)



Alguns Falangeiros do Caboclo 7 Flechas:


7 Flechas Caveira
7 Flechas Douradas
7 Flechas Ligeiras

7 Flechas Douradas
7 Flechas de Angola

7 Flechas da Mata Virgem
7 Flechas de Urucaia
7 Flechas de Aruanda

7 Flechas da Jurema
7 Flechas da Pena Branca
7 Flechas das Montanhas
7 Flechas das Almas
7 Flechas das Matas
7 Flechas da Lua Nova
7 Flechas do Oriente
7 Flechas da pedreira
7 Flechas do Panaiá
7 Flechas de Oxossi
7 Flechas de Ogum
7 Flechas da Lua
7 Flechas Azuis
(..)

Acima apenas alguns Falangeiros que eu conheço, mas com toda certeza existe muitos outros o importante é que já deu para perceber que a Falange do Caboclo das 7 Flechas trabalham em diversas vibrações junto a diversos Orixás.

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segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Crianças na Umbanda

Crianças na Umbanda



"A criança é o presente de Deus à família. Cada criança é criada na imagem especial e semelhança de Deus por maiores coisas - amar e ser amado."  Madre Teresa de Calcutá

Por força de expressão, também chamadas de "beijada", "Ibejis", "Erês", "Cosminhos" ou, o que é o mais correto, simplesmente crianças.

Muito temos a aprender com as Crianças na Umbanda, "se todos tivessem olhos de Crianças não haveriam mais guerras", "Se nos permitirmos ser mais crianças, em nosso dia-a-dia, seriamos muito mais alegres", "A pureza das Crianças é cor em nossas vidas", "O Reino dos Céus pertence às Crianças, aos puros de coração", "Quando as Crianças estão em terra tudo vira arco-íris" e etc.


Muitos não conseguem ver a importância dos trabalhos das Crianças, não percebem o quanto elas realizam apenas "brincando" e comendo doces.


Muitas Crianças que incorporam na Umbanda são encantados que nunca encarnaram, outras encarnaram apenas uma vez.

Crianças vibram as forças da natureza de forma sutil, mas de forma intensa, assim umas são das cachoeiras, outras das praias, do mar, das pedreiras, das matas…


Quando incorporadas elas vibram, o tempo todo, a energia encantada do reino a que estão ligadas, basta entrar na sua sintonia infantil, brincando e comendo doces, que acontece toda uma limpeza espiritual.


Energias negativas são absorvidas pelos mistérios que sustentam o trabalho das Crianças pela esquerda e pelo embaixo, enquanto o alto e a direita irradiam a energia que precisamos para nos amparar e mudar nossa visão de mundo.


Muitas vezes queremos que nossa vida mude e esquecemos que se nós não mudamos nosso comportamento a vida também não muda.


Crianças nos ajudam e muito a renovar nossas atitudes, a começar de novo, como uma criança que começa outra vez sua tarefa no plano material.


Crianças estão muito ligadas às cores, ao arco-íris, alegria, desprendimento material e pureza.

Resumindo crianças trabalham e muito, que para elas é uma alegria.


Podemos oferenda-las em praças, parques e cachoeiras, ou um outro local especificado pelas mesmas.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

"Preto-velho" na Cultura Brasileira e na Umbanda

"Preto-velho" na Cultura Brasileira e na Umbanda

por Alexandre Cumino



Pai Antônio foi o primeiro preto-velho a se manifestar na Religião de Umbanda em seu médium Zélio Fernandino de Morais onde se esta­be­leceu a Tenda Nossa Senhora da Piedade. Assim, ele abriu esta "linha" para nossa religião, introduzindo o uso do cachimbo, guias e o culto aos Orixás.


O "Preto-velho" está ligado à cultura religiosa Afro Brasileira em geral e à Umbanda de forma específica, pois dentro da Religião Umbandista este termo identifica um dos elementos for­madores de sua liturgia, representa uma "linha de trabalho", uma "falange de espíritos", todo um grupo de mentores espirituais que se apresentam como negros anciões, ex-escravos, conhecedores dos Orixás Africanos.

São trabalhadores da espiritualidade, com características próprias e coletivas, que valorizam o grupo em detrimento do ego pessoal, ou seja, são simplesmente pretos e pretas velhas com Pai João e Vó Maria, por exemplo.

 
Milhares de Pais João e de Avós Maria, o que mostra um trabalho desper­sonalizado do elemento individual valorizando o elemento coletivo identificado pelo termo genérico "preto-velho". Muitos até dizem "nem tão preto e nem tão velho" ainda assim "preto velho fulano de tal". A falta de informação é a mãe do preconceito, e, no caso do "preto-velho", muitos que são leigos da cultura religiosa Umbandista ou de origem africana desconhecem valor do "preto-velho" dentro das mesmas.


Preto é Cor e Negro é Raça, logo o ter­mo "preto-velho" torna-se característico e com sentido apenas dentro de um contexto, já que fora de tal contexto o termo de uso amplo e irrestrito seria "Negro Velho", "Negro Ancião" ou ainda "Negro de idade avançada" para identificar o homem da raça negra que encontra-se já na "terceira idade" (a melhor idade). Por conta disso alguns sentem-se desconfortáveis em utilizar um termo que à primeira vista pode parecer desrespeitoso ao citar um amável senhor negro, já com suas madeixas brancas, cachimbo e sorriso fácil, por trás do olhar de homem sofrido, que na humildade da subjugação forçada e escrava encontrou a liberdade do espírito sobre a alma, através da sabedoria vinda da Mãe África, na figura de nossos Orixás, vindo ao encontro da imagem e resignação de nosso senhor Jesus Cristo.

Alguns preferem chamá-los apenas de "Pais Velhos" o que é bonito ao ressaltar a paternidade, mas ao mesmo tempo oculta a raça que no caso é motivo de orgulho. São eles que souberam passar por uma vida de escravidão com honra e nobreza de caráter, mais um motivo de orgulho em se auto-afirmar "nêgo véio" e ex-escravo; talvez assim se mantenham para que nunca nos esqueçamos que em qualquer situação temos ainda oportunidade de evoluir. Quanto mais adversa maior a oportunidade de dar o testemunho de nossa fé.

O "preto-velho" é um ícone da Umbanda, resumindo em si boa parte da filosofia umbandista. Assim, os espíritos desencarnados de ex-escravos se identificam e muitos outros que não foram escravos, nesta condição, assim se apresentam também em homenagem a eles, por tê-los como Mestres no astral.


No imaginário popular, por falta de informação ou por má fé de alguns formadores de opinião, a imagem do "preto-velho" pode estar associada por alguns a uma visão preconceituosa, há ainda os que se assustam " com estas coisas" pois não sabem que a Umbanda é uma religião e como tal tem a única proposta de nos religar a Deus, manifestando o espírito para a caridade e desenvolvendo o sentimento de amor ao próximo. Não existe uma Umbanda "boa" e uma Umbanda "ruim", existe sim única e exclusivamente uma única Umbanda que faz o bem, caso contrário não é Umbanda e assim é com os "Preto-velhos", todos fazem o bem sem olhar a quem, caso con­trário não é de fato um "preto-velho", pode ser alguém disfarçado de "velho-negro", o "preto velho" trabalha única e exclusivamente para a caridade espiritual.


São espíritos que se apresentam des­ta forma e que sabem que em essência não temos raça nem cor, a cada encarnação, temos uma experiência diferente. Os pretos velhos trazem consigo o "mistério ancião", pois não basta ter a forma de um velho, antes, precisam ser espíritos amadurecidos e reconhecidos como irmãos mais velhos na senda evolutiva.


Quanto menos valor se dá a forma, mais valor se dá à mensagem, e "preto-velho" fala devagar, bem baixinho; quando assim se pronuncia, todos se aquietam para ouví-lo, parece-nos ouvir na língua Yorubá a palavra "Atotô", saudação a Obaluayê que quer dizer exatamente isso: "silêncio".


Nas culturas antigas o "velho" era sempre respeitado e ouvido como fonte viva do conhecimento ancestral. Hoje ainda vemos este costume nas culturas indígenas e ciganas. Algumas tradições religiosas man­têm esta postura frente o sacerdote mais velho, trata-se de uma herança cultural religiosa tão antiga quanto nossa memória ou nossa história pode ir buscar, tão antigos também são alguns dos pretos velhos que se manifestam na Umbanda.


Muitos já estão fora do ciclo reencarnacionista, estão libertos do karma, já desvendaram o manto da ilusão da carne que nos cobre com paixões e apegos que inexoravelmente ficarão para trás no caminho evolutivo.


Por tudo isso e muito mais, no dia 13 de Maio, dia da libertação dos es­cravos eu os saúdo: "Salve os Pretos Velhos! Salve as Pretas Velhas! Adorei as Almas! Salve nosso Amado Pai Obaluayê, Atotô meu Pai! Salve nossa Amada Mãe Nanã Buroquê, Saluba Nana!"


Usamos para eles velas brancas ou bicolores, metade preta e metade branca, tomam café e fumam cachimbo.


Fonte: Jornal de Umbanda Sagrada.

Iansã

Iansã   :: Adília Belotti ::


É vista quando há vento e grande vaga


Ela faz o ninho no rolar da fúria


E voa firma e certa como bala.


As suas asas empresta à tempestade


Quando os leões do mar rugem nas grutas


Sobre os abismos passa e vai em frente


Ela não busca a rocha, o cabo, o cais


Mas faz da insegurança sua força


E do risco de morrer seu alimento


Por isso me parece imagem justa


Para quem vive e canta no mau tempo".


Uma ave, uma mulher, ou todas as mulheres que vivem e cantam no mau tempo.


A história de Iansã Oiá, literalmente, "aquela que rasga", e que eu reconto aqui é para elas:


Iansã Oiá tinha um pai adotivo e vivia com ele na mata.


Ele era o maior de todos os caçadores.


Um dia, morreu e deixou Oiá muito triste.


Ela decidiu que queria fazer uma homenagem para o pai.


Embrulhou seus pertences de caça num pano, preparou suas iguarias favoritas.


E dançou e cantou por sete dias, espalhando seu vento por toda parte e fazendo vir todos os caçadores da terra.


Na sétima noite, embrenhou-se na mata e depositou ao pé de uma árvore sagrada os pertences de seu pai.


Olorum, que sempre vê tudo, ficou comovido.


Fez da jovem Iansã guia dos mortos no caminho sagrado, Orum Aiê e mãe dos espaços dos espíritos.


Fez de seu pai, Odulecê, um orixá.


E do gesto de Oiá, o ritual ao qual todos os mortos têm direito: comidas, cantos, danças e um espaço sagrado...


Iansã teve muitos homens e de cada um ganhou uma coisa importante:


De Ogum, o ferreiro divino, ganhou nove filhos e o direito de usar a espada para defender-se e defender os outros;


De Oxaguiã, o jovem construtor, ganhou um escudo para proteger-se dos inimigos;


De Exu, o mensageiro, ganhou o direito de usar a magia e o poder do fogo para realizar desejos;


De Oxóssi, o caçador, ganhou o saber da caça para alimentar seus filhos;


De Logun Edé, o senhor das matas, ganhou o direito de tirar das cachoeiras os frutos d' água para seus filhos;


Com Xangô, o juiz, viveu o resto da vida e ganhou dele o poder do encantamento, o posto da justiça e o domínio dos raios.
Um dia, houve uma festa, todos os orixás estavam presentes.


Omulu-Obaluaê, o temido orixá das doenças, chegou vestido de palha. Ninguém o reconheceu e nenhuma mulher quis dançar com ele.


Mas eis que, de repente, Oiá-Iansã entra na roda e atrave-se a dançar com o Senhor da Terra.


E tanto girava que levantou o vento, e o vento descobriu a palha de Omulu.


Todos puderam ver o quanto ele era belo.


E o reverenciaram.


Ele ficou tão grato que fez de Oiá a rainha dos espíritos dos mortos, Oiá Igbalé, a condutora dos eguns, os espíritos dos mortos).


E ela dançou de alegria a sua dança que convoca o vento.


As filhas de Iansã devem ser assim, apaixonadas, amantes dos temporais, amazonas de ventanias...


Leia mais histórias dos orixás no livro "Mitologia dos Orixás", de Reginaldo Prandi.

Caboclo na Umbanda

O Caboclo na Umbanda é, em sua maioria, o indígena desencarnado que, depois de centenas de anos no plano astral, estacionado perto da crosta terrestre, resolve abraçar o novo movimento religioso de Umbanda.


Benévolo para com as minorias sofridas e abandonadas, este movimento oferece-lhe um espaço de atuação digna, consoante sua cultura, seu modo vivencia e, milagrosamente, segundo a sua índole, possibilidade de voltar às suas origens da vida física: falar, dançar, cantar, pescar, caçar, bradar, espernear, comer, fazer amigos, embora haja uma única limitação – "montar" – num "cavalo"humano, numa criatura encarnada quase sempre diferente moral e fisicamente dele.

Mas... vá lá ! Afinal, fumar, beber, ajudar aos civilizados, adorar os Orixás que se manifestam na natureza, em todos os sentidos, compensa em muito a sua integração; principalmente com os Orixás Oxossi, Ossain e com as almas dos Pretos-Velhos, Boiadeiros, Crianças e Exus, com quem se acamarada. Extasiado fica quando falam de Oxalá, um Orixá de ternura e muito amor.


O nosso indígena foi estigmatizado como pessoa indolente, somente porque não se curvou à escravidão imposta pelo colonizador civil e religioso que se apossou da sua terra reduzindo-o a um paria da sociedade.


Hoje, os Caboclos nada tem a ensinar aos "brancos"; apenas mostram o que são: altivos, sinceros, leais, autênticos e decididos, sempre a cooperar.

A esperança maior é, um dia (quem sabe?), repousar nas suas redes, no regaço do Cacique Maior, que é o Senhor Tupã, Olorun ou Zambi, Pai de todos os Orixás.


Os Caboclos que se apresentam na Umbanda são nativos – indígenas.

Passados esses 500 anos, já se aculturaram no plano astral embora uma minoria se tenha "civilizado".

Grande parte deles ainda fala mal o português e, até em sua maioria, já esqueceram a língua de origem.


Na aceitação da nova religião, os Caboclos – milhares deles – logo se mudam para uma localidade chamada Aruanda e fundam ali aldeias, aceitam até participar com seus pajés e morubixabas do governo da mágica cidade do astral, berço da religião de Umbanda.


Não se pode deixar de esclarecer que grande parte dos Caboclos de Umbanda são também criaturas mestiças (filhos de índios com brancos) que, desencarnadas, seguiram seus ancestrais na onda de relacionamento com o povo brasileiro contemporâneo.


Relação médium-guia: os Caboclos são pródigos em desculpar os erros do próprio "cavalo", mas ficam ressentidos quando os mesmos não procuram renovar-se moralmente.

Quando aos médiuns, agradam aos amigos astrais usando suas roupas e enfeites preferidos.

Tanto os médiuns quanto os fiéis aprendem com essas criaturas rudes, através da exemplificação, o que é ser companheiro, corajoso, leal e, sobretudo, o desapego das coisas materiais.


Força da natureza: são naturais cultores da floresta.


Expressão: altivos, sinceros, leais, autênticos, cooperativos, corajosos, desprendidos, companheiros.


Data comemorativa: de acordo com a vontade do Caboclo-chefe da Tenda.

É comum, no entanto, sua participação alegre e festiva nas comemorações da segunda quinzena de janeiro, dedicada aos Orixá Oxossi e também no dia 2 de julho, quando, no Estado da Bahia, acontece o Dia do Caboclo.


Composição: estão unidos pela própria descendência, embora formem agrupamentos mesclados de outras tribos, quando em trabalhos especiais no físico e no astral.


Hierarquia: são obedientes e colaboram intensamente com o Caboclo, Boiadeiros ou Preto-Velho, Chefe do Templo.


Saudação: "Okê Caboclo ! Okê Caboclo ! Okê Caboclo !" ".

A saudação é executada corporalmente, encostando energeticamente o ombro direito da entidade mo ombro direito do consulente; depois o ombro esquerdo bate também no ombro esquerdo do encarnado.

O gesto é um tanto brusco e rígido.

Logo depois, a entidades bate vigorosamente no próprio peito (do médium naturalmente), saudando o Caboclo-Chefe do Terreiro, a entidade chefe do Templo, o Orixá Oxossi ou até si mesmo: "Salve o Caboclo Pena Branca, Cobra Coral" ou o nome que tenha. É assim que se dá conhecer aos circunstantes.


Pontos cantados: existem mais de 300 pontos cantados. Dividem-se e dois tipos: pontos-de-raiz e pontos elaborados por ogãs compositores.

O ponto-de-raiz é trazido pelas próprias entidades que procuram ensinar aos fiéis, que anotam e posteriormente gravam a prece cantada, sempre um misto de advertência, agradecimento, ameaça e recado subliminar.

Daí se dizer que esse pontos cantados têm seu lado esotérico; e realmente têm.


Pontos riscados: são diversos de acordo com a tribo, falange ou agrupamento.


Indumentária: normalmente, usam a roupa branca de Umbanda. Para agradar o Caboclo, o médium pode pintar o rosto e usar cocares, arco e flecha, borduna etc.


Local preferido: Matas arredores afastados dos centros urbanos.


Cor: variada; predomina o verde.


Cor da guia: os caboclos preparam suas próprias guias (colares), feita de sementes, dentes de boi, de cobra e de outros animais. Usam sumo de ervas para um breve amaci nas contas (vinte e quatro horas), defumam com fumaça de seus charutos e depois entregam ao "cavalo", para que ele use nas giras das almas. Também usam correntes de aço e até cascas de árvores. Manuseiam as contas assiduamente (para magnetização) e as exibem orgulhosas pelo valor que as mesmas possuem na defesa contra maus fluidos e conseqüente proteção de seu protegido.


Ervas utilizadas: desde 1908,as plantas sempre foram empregadas mediunicamente pelos Caboclos e Pretos-Velhos para a cura de várias doenças. Nos dias de hoje , a fitoterapia possui o reconhecimento da medicina acadêmica como sendo de grande valor na flora brasileira. Aconselhamos a leitura de livros especializados no assunto.


Flores: Caboclos e Caboclas preferem as que estão plantadas. Quanto às folhas, gosta,m imensamente de vê-las espalhadas pelo chão do Terreiro em datas festivas.


Frutos: de preferência de cada entidade.


Mineral: Nenhum em especial


Planeta: O sol, a lua e as estrelas.


Dia da semana: nenhum em especial.


Comidas secas: abóbora tipo moranga, coco inteiro ou em pedaços, milho verde e vários frutos, sempre untados em mel.


Bebidas: vinho moscatel, garapa, aluá e água.

ORAÇÃO AOS PRETOS VELHOS

ORAÇÃO AOS PRETOS VELHOS

"Preto Velho


Carreteiro de Oxalá


Bastão bendito de Zâmbi


Mensageiro de Obatalá






Meu pensamento eleva se ao teu espírito e peço Agô.


Que tuas guias sejam o farol que norteie minha vida,


Que vossa pemba trace o caminho certo para todos os meus atos,


Que vossas palavras, tão cheias de compreensão e bondade, iluminem minha mente e meu coração,


Que teu cajado me ampare em meus tropeços.






Ontem te curvastes aos senhores...


Hoje, ajoelho me aos teus pés pedindo que intercedas junto a Oxalá por mim e por todos que neste momento clamam por vós.


Maleme e paz sobre meu lar e que a luz divina de Obatalá se estenda pelo mundo,


E que o grito de todos os orixás sejam o sinal de vitória sobre todas as demandas de minha vida.


Maleme as almas.


Maleme para todos os meus inimigos, para que saiam do negrume da vingança


E encontrem fonte fecunda e clara do amor e caridade."

EVITANDO OBSESSÕES

EVITANDO OBSESSÕES - André Luiz

Não deixe de sonhar, mas enfrente as suas realidades no cotidiano.


Reduza suas queixas ao mínimo, quando não possa dominá-las de todo.


Fale tranqüilizando a quem ouve.


Deixe que os outros vivam a existência deles, tanto quanto você deseja viver a existência que Deus lhe deu.


Não descreia do poder do trabalho.


Nunca admita que o bem possa ser praticado sem dificuldade.


Cultive a perseverança, na direção do melhor, jamais a teimosia em pontos de vista.


Aceite suas desilusões com realismo, extraindo delas o valor da experiência, sem perder tempo com lamentações improdutivas.


Convença-se de que você somente solucionará os seus problemas se não fugir deles.


Recorde que decepções, embaraços, desenganos e provações são marcos no caminho de todos e que, por isso mesmo, para evitar o próprio enfaixamento na obsessão o que importa não é o sofrimento que nos visite e sim a nossa reação pessoal diante dele.


Do livro "Paz e Renovação", pelo Espírito André Luiz, Francisco C. Xavier)

Anjo da Guarda

Você sabe a importância dos anjos da guarda na Umbanda?

Bem, os anjos de guarda nos protegem e acompanham a cada dia.

E esse acompanhamento também está nas horas de trabalho (sessões).

Sim, porque estamos numa corrente espiritual onde espíritos sem luz e perturbados, confusos, enfim vêm contra nós, os Orixás, Guias, Entidades nos protegem, mas a presença do anjo da guarda antes e depois da incorporação é por demais importante.


Um exemplo, normalmente quando uma pessoa sofre um trabalho de demanda, um trabalho contra o bem estar dela, a primeiro reflexo que se nota é o enfraquecimento de seu anjo da guarda, tornando-o distante e deixando a pessoa vulnerável.


É comum que os Guias/Entidades do terreiro, quando se vêem a frente de uma pessoa com demanda, venham a pedir um "fortalecimento para o anjo de guarda", ou seja, um reforço para restaurar os laços entre você e seu anjo da guarda.

Esse reforço consiste em trazer ele mais próximo de você, com mais força para te proteger contra os *ataques* da demanda.


E para os médiuns?


Com toda a certeza, para os médiuns, os anjos da guarda são tão importantes quanto os próprios Orixás e Entidades.


Quando o médium vai incorporar, para que o Orixá/Entidade se aproxime, o anjo de guarda permite a passagem para ocorrer a incorporação.

Quando o Orixá/Entidade está incorporado no médium, o anjo da guarda permanece ao lado, pois o médium está protegido por energias do Orixá ou Entidade que está ali.


Quando há o processo de desincorporação, o Anjo da Guarda se aproxima mais, para manter o equilíbrio do médium.


Portanto, os médiuns devem ficar atentos para não oferecer resistência na hora da desincorporação desse Orixá/Entidade, pois existe uma hora certa em que o Orixá deve deixar a matéria e o anjo da guarda se aproximar, não deixando a matéria desprotegida.


O seu anjo da guarda, sempre anda com você em qualquer lugar que você esteja, pronto a lhe proteger; embora você não o veja.


O que chamamos de intuição, muitas vezes é a manifestação de nosso Anjo da Guarda que procura sempre o melhor para nós (aquela voz na cabeça que diz, não faça isso, não vá por esse caminho, etc.).


O nosso anjo da guarda é aquele que nos protege a todo instante de nossas vidas...

Por isso, devemos manter acesa uma vela com um copo d'água ao lado em um local alto, e fazer orações ao anjo da guarda regularmente, pedindo sempre que nos guie pelos caminhos certos da vida e que nos proteja.


Para quem acredita é muito fácil sentir, ouvir e presenciar a manifestação dos anjos em nossa vida dando inspiração para algo que ocorrerá em nossos dias, mas para pessoas que não acreditam que os anjos existam é totalmente difícil manter o anjo próximo dele, esse pensamento negativo e destrutivo para o anjo o enfraquece e acaba por distanciá-lo.


O céu não tem entradas, lá não precisamos bater; pois, chegando ao fim da jornada, sempre há alguém para nos receber.


Seu Anjo da Guarda te Chama!

Quando o médium fica meio em transe após a incorporação, alguns dirigentes colocam a mão sobre o coração do médium e dizem: "_fulano seu anjo da guarda te chama!"


Esta era uma prática comum antigamente (não há como datar precisamente) de benzedeiras.

Elas utilizavam esta frase como uma pequena oração para pessoas que não se achavam plenamente conscientes por vários motivos (mediunizadas, epilepsia, desmaio, etc.).


Tal prática talvez tenha sido trazido para a nossa amada Umbanda por alguma Preta Velha, já que é de pleno conhecimento nosso que muitas Delas foram exímias benzedeiras.


O Anjo da Guarda é visto como o Mentor de nossa razão, de nossa consciência; Desta forma este é um chamado ao restabelecimento da consciência com implicações magísticas.
Ao fazer referência ao nosso anjo da guarda, chamando-nos de volta ao domínio das faculdades no corpo físico após o transe mediúnico, ocorre uma espécie de invocação a nós mesmos.

Banho e Fio-de-Contas


Banhos: Os banhos com ervas de Oxalá servem para fortalecer a sintonia com nosso Anjo da Guarda.

Fio-de-Contas: Todo de miçangas brancas, fazendo uma breve oração a cada miçanga colocada no fio. Deixar 3 dias imantando numa bacia de ágate branca, em um "amaci" feito com água mineral e pétalas de rosa branca (não aquecer a água, apenas despetalar as rosas sob a água).

Orações para o Anjo da Guarda:

Santo Anjo do Senhor
Meu zeloso guardador
Se a ti me confiou a Piedade Divina
Me governa, me rege, me guarda e me ilumina.

Amém.
*
Anjo de Luz,
Guardião da minha vida.
A Ti fui confiado pela Misericórdia de Deus.
Ilumina meu espírito,
Guarda-me da maldade,
Orienta a minha inspiração,

Fortalece a minha
sintonia com a Espiritualidade Superior
e torna-me forte diante das tempestades que venham a afligir meu intimo.
Lembre-me todos os dias de não julgar nem ferir.
Banhe a minha mente de Amor e Harmonia,

para que eu possa tornar o mundo melhor para aqueles que convivem comigo.
Quero assim me tornar digno de sua proteção e amor.
Assim seja.

O TERREIRO FAZ AS VEZES DE HOSPITAL

A dificuldade de cumprir a tarefa de dirigente sempre se acentua dentro do terreiro, com os médiuns e muito pouco na caridade com o povo.

Todo médium de tarefa, é um ser encarnado para curar seu espírito endividado e o terreiro é o hospital onde vai se internar por um longo tempo de sua vida na terra.


Sabemos que a maioria dos pacientes são impacientes, não é mesmo?


E, aí é que complica!


O dirigente também não deixa de ser um doente que além de se tratar, agora pode estagiar ajudando aos médiuns de sua corrente "hospitalar".


Isso não o coloca como um semi-deus perfeito do qual não se admitem mais erros, muito menos como alguém que tudo pode, em qualquer hora e em qualquer situação.


Dele será exigido posturas mais firmes bem como entendimento mais apurado.


Ele deverá se aprimorar constantemente com estudo e reforma íntima, exigindo da corrente igual compromisso.


Tais posturas serão necessárias em função do tamanho de sua Responsabilidade e dentre elas está a de cortar o mal pela raiz, priorizando sempre a corrente como um todo, sem privilégios a quem quer que seja.


Ao assumir tal posto diante da espiritualidade, antes de reencarnar, já estará consciente de que sua vida não será "comum" e que certamente terá que abdicar de muitas coisas materiais, em favor do lado espiritual.


O termo Pai e Mãe agracia o médium com a postura de se colocar como tal, amparando, educando e auxiliando a corrente como verdadeiros filhos de seu coração.

Tarefa mais difícil ainda, pois esses "filhos" não vieram de seu ventre e não nasceram ontem.

São adultos, viciados e com personalidade formada.


Cada um com seus egos aflorados, com suas necessidades de reformulação e o fato de portarem a mediunidade, já os qualifica como devedores em potencial.


E certamente, reeducar um adulto é muito mais difícil do que educar uma criança.

É pepino torto.


Observo nos terreiros por onde ando que muito se exige do dirigente e muito pouco se retribui.

Falta nos médiuns, desde respeito até aquilo que os deveria mover dentro da corrente, que é amor.

Humildade então, meus filhos, é coisa rara.

Em compensação sobra bajulação, geralmente usada como meio de se fazer preferido na corrente.


Nega véia costuma dizer que criança que se cria como bibelô, como tal vai quebrar quando adulto.


Todo aquele que não teve rédea firme na infância para domar suas más tendências, vai chegar no terreiro e expô-las de modo a perturbar a ordem do lugar.

Hora e vez de impor as leis que regem a Casa, independente do que possa pensar a respeito disso, o médium em questão.

Se mesmo indisciplinado, tiver algo de humildade, vai receber o chamamento como aprendizado e ali vai crescer, mas se pelo contrário, além da indisciplina prevalecer nele a arrogância e o orgulho, acolherá como ofensa e infelizmente, o remédio é amargo para essa doença.


A tarefa é tão árdua que muitos desistem na metade da caminhada, outros se corrompem, mas, ainda bem que uma grande maioria volta à casa com sua coroa iluminada pela luz do dever cumprido e a estes, o mérito de conseguir dar um salto em sua evolução.


Vovó Benta
por Leni Winck Saviscki
Templo de Umbanda Vozes de Aruanda - Erechim - RS

segunda-feira, 24 de maio de 2010

CIGANOS

Os Ciganos pertencem a uma raça unida, com costumes e hábitos pouco comuns.


Na Europa apresentam um único idioma, com pequenas variações, devido a assimilação de certos caracteres próprios da região em que vivem.



É um povo peculiar, não somente quanto ao idioma, mas também quanto as características físicas.

São na maioria altos, de pele bronzeada, dentes alvos, olhos grandes e negros, cabelos negros e enrolados.


Encontram-se concentrados, em particular na Europa na parte Ocidental da Ásia da África, apesar de estarem espalhados por todo o mundo.


Tendo surgido na Europa, atualmente são mais numerosos na Hungria, Romênia, Turquia, Espanha, Inglaterra, França, Alemanha, Itália e alguns grupos com seus clãs no Brasil.


Por praticarem quiromancia, foram excomungados pelo Papa Martinho V e expulsos da região.


Sua religião é singular, possuem uma crença regional misturada com velhas crendices, comuns a várias regiões da Europa.

Povo que pelos seus mistérios, pela beleza de suas roupas e costumes, sempre foi alvo de nossa curiosidade.


As cores para o Povo Cigano têm um significado muito especial e cada uma tem seu valor próprio, primando sempre pelas cores vivas que emanam maior vibração.


Os Ciganos não simpatizam com a cor preta e a usam o mínimo possível, salvo se for de fundo ou que não ocupe lugar de destaque.


As Ciganas mantêm os pés sempre descalços, em contato direto com a terra, para assim se destituírem de qualquer possível energia negativa e absorvem a energia positiva e a bem-aventurança da mãe terra, de quem são filhas.


O Povo Cigano é assim, fascinante.

É um povo que não conhece fronteiras e são chamados “ filhos do vento “, são o “Povo das Estrelas “.


Há milênios eles vem cumprindo sua missão na terra, respeitando e reverenciando a mãe natureza, trocando e passando conhecimento do seu mundo mágico e encantador.


Imaginem no passado a vida dos Ciganos... as estradas precárias por onde transitavam com seus vurdóns, sujeitos as condições climáticas, o comboio enfrentava a tormenta da chuva e do frio, as carroças tombadas pela fúria dos ventos, ou as rodas ficavam atoladas na lama.

Durante a calmaria, tudo era festa.

O Povo Cigano, ao redor da fogueira cantando e dançando, ao dançar os ciganos expressam sentimentos de alegria, poesia, romantismo e felicidade.


Os Ciganos adoram dançar, a dança nasce com eles no momento em que abrem os olhos para enfrentar a vida.


Dançam ritmos e sons tradicionais, produzidos pelas guitarras, violinos, violões, acordeões, címbaios, castanholas, pandeiros, palmas das mãos e batidas nos pés, que aprendem desde cedo com parentes e amigos nas festas dos acampamentos.


Quando dançam o fazem com a alma, com o coração, a dança é uma alegria contagiante e uma vivacidade única.


Normalmente, procuravam acampar próximo aos rios, de onde podiam colher água potável para cozinhar, beber, tomar banho, lavar as roupas.

Levam consigo a linguagem da natureza, a premonição, a mística de suas proximidades com os céus, com a lua, o sol e com a terra.

O Povo Cigano por sua própria natureza, é um povo rico, cheio de felicidade e alegria.


São filhos da natureza e a chuva, o rio, o sol, a lua, as matas, o ar e a terra são parte integrante de suas vidas.


A liberdade é um dos tesouros mais significativos desse povo, possuem uma espiritualidade inesgotável aliada ao respeito aos seus costumes.


A devoção á Santa Sara Kali é o aspecto mais importante e Universal da religiosidade cigana.

Todo Cigano tem em sua casa uma imagem de Sara Kali, para pedir proteção.

A ela oferecem frutas, flores, incensos, velas e fazem muitas orações.


Em, Saintes Maries da la Mer no sul da França, a padroeira universal do Povo Cigano é festejada no dia 24 de maio.

Ciganos na Umbanda

Poucos tiveram contacto com os maravilhosos Ciganos do Povo do Oriente.

O Povo do Oriente nos abençoa com a presença de espíritos de diferentes culturas.

Tal e qual os Ciganos da Terra, os do espaço tem idiomas diferentes, não só o espanhol (o mais conhecido), e Clãs diferentes mostram diferentes hábitos e alimentos.


Para realizarmos uma festa que homenageie os ciganos precisamos estar atentos aos ciganos que trabalham na Casa Espiritual.

Consulta-los para montar uma mesa que possa expressar nosso carinho e retribuição pelos trabalhos que realizam durante o ano.


Sabendo que a padroeira dos ciganos é Santa Sara, e seu dia de homenagem é 23 e 24 de maio, a figura central da mesa é a imagem dela que deve ser acompanhada do munro, pão com sal e uma vela azul.

As frutas frescas ou secas participam com o simbolismo de cada uma delas.

Os ciganos dizem que o sabor adocicado das frutas está ligado a um bom destino.

Por isso, têm o costume de comer frutas e alimentos derivados delas, assim como beber vinhos licorosos ou tomar banhos regados a açúcar e mel para atrair sorte e quanto mais doce for a fruta melhor.



Significados de Algumas Frutas em Rituais


Romã: é uma fruta bastante antiga, usada em chás e essências como atrativo de dinheiro e felicidade. Se utilizada em banhos ou talismãs, garantem fertilidade.


Damasco: afrodisíaco, é originário de paises mediterrâneos. A cor laranja-vivo traz vitalidade e fortalece a energia sexual. Os ciganos costumam transformá-la em óleo aromatizante para incrementar o sexo


Melancia: tem a ver com a prosperidade, abundância (representada pelas sementes) e fertilidade (por causa da cor de seu interior)


Morango: também bastante empregados nas poções de amor. A cor vermelha e o sabor marcante fornecem energia necessária para fisgar o coração do amado. Ainda é usado para curar males como a desilusão amorosa.


Figo: potente estimulante sexual, ainda usado para combater depressão e falhas na memória e ansiedade.


Pêra: uma das frutas prediletas dos ciganos. Está ligada à imortalidade e à boa saúde. Também traz prosperidade, por causa da cor amarela.


Uvas: simbolizam a amizade e a prosperidade. Os povos ciganos costumam comer doze uvas no Reveillon - uma para cada mês do ano - é tradição se sua própria cultura, assim como o hábito de enfeitar a mesa de Natal com frutas secas.


Maçã: está presente em todos os rituais ciganos, que incluem essa fruta vermelha em perfumes, banhos, óleos e poções. Nas festas de casamento as mesas devem ser enfeitadas com maçãs, que simbolizam o amor e a paixão.