quinta-feira, 21 de agosto de 2008

RITUAIS

Escrito por alex de oxossi

Defumação
A defumação tem o intuito de limpar os médiuns, e os assistidos da casa, centro, ou terreiro.
É de extrema necessidade pois cada um traz de suas casas ou da rua cargas e energias negativas acumuladas durante o dia.
A defumação faz uma espécie de descarrego e limpa o ambiente, harmonizando-o para o início dos trabalhos, além de ser mais um meio de sintonia com as entidades.

A Roupa Branca
O branco na verdade não é uma cor, e sim o somatório de todas elas e, por isso, traz consigo as propriedades terapêuticas de todas além de, como pode constatar o amigo leitor, ser essencialmente refletora, inclusive de cargas astrais.
O branco, como já foi dito anteriormente, também favorece a mente estimulando a pensamentos mais puros e sublimes.
Por tudo isso são usadas nos centros umbandísticos apenas roupas brancas.
O médium jamais deverá vir vestido de casa com a roupa de trabalho.
Ele deverá, sim, colocá-la no momento em que entra no templo a fim de cumprir sua tarefa mediúnica.
Cabe aqui, esclarecer ainda, que o médium em momento algum utiliza a roupa branca para parecer com um médico, como infelizmente temos ouvido alguns detratores do espiritualismo em geral apregoar.
Os motivos são única e exclusivamente os citados acima

Ponto riscado
É como se fosse uma assinatura do orixá.
Nele está contida sua linha, falange, é usado para firmar a relação entre médium e guia.
Um ponto nunca deve ser copiado pois cada um tem seu significado.

Os pontos cantados
Os pontos cantados são uma das primeiras coisas que afloram a quem vai a um terreiro de Umbanda pela primeira vez.
Os pontos cantados são, dentro dos rituais de Umbanda, um dos aspectos mais importantes para se efetuar uma boa gira.
Os verdadeiros pontos cantados, são os chamados de raiz (são os pontos ensinados pelas próprias entidades).
Apesar disso, há uma gama infinita de pontos desconexos sendo entoados por ai.
Um verdadeiro ponto evoca imagens fortes e atingem lá dentro do coração e da emoção a verdadeira fe’, pura e simples.

As Guias
Conhecidas também como “Cordão de Santo”, “Colar de Santo” ou “Fio de Contas”.
São compostas de certo numero de elementos (contas de cristal ou louça, búzios, Lágrimas de Nossa Senhora, dentes, palha da costa, etc..), distribuídos em um fio (de Aço ou Náilon) ou linha de pescar, obedecendo a uma numerologia especifica e uma cronologia adequada, ou ainda, de acordo com as determinações de uma entidade em particular.
De todos estes elementos citados, destacam-se as contas de cristal e os fios de aço, como aqueles que possuem melhores condições para captação de vibração
Entre suas finalidades destacamos as três principais, quais sejam: identificação da linha que pertence a entidade espiritual protetora do médium, elo de ligação entre médium e entidade espiritual ,ou seja , elemento material auxiliar no mecanismo de comunicação mediúnica entre o médium e a entidade espiritual e finalmente elemento de proteção do médium.
Normalmente as guias são guardadas no terreiro e são usadas somente nos trabalhos, podendo naturalmente haver alguma exceção em alguns terreiros, mas de qualquer modo são consideradas objetos de valor e respeito.
Muitos já devem ter presenciado quando a guia se rompe e suas peças voam para todos os lados. Em algumas ocasiões, basta o ato de tocá-las e elas se rompem o primeiro pensamento que ocorre é : Fulano estava carregado.
A guia tem essa função de proteger o médium não deixando que ele fique carregado com energias negativas, suas ou de outras pessoas.

Pés descalços
Na Umbanda, todos os médiuns e consulentes participam descalços, para que haja uma desimpregnação pelos pés das correntes negativas que são desagregadas pelos mentores.
A terra é absorvedouro natural de cargas energéticas, facilitam na desimpregnação da pessoa que está sendo atendida.
Outro aspecto é que os sapatos trazem consigo toda a sujeira da rua, não só física como eventualmente astral.

Bater cabeça
Esse é o ato submissão em que nos abaixamos diante de Jesus e todos os orixás, pedindo sua proteção.
O médium se abaixa e toca suavemente a testa no chão, mostrando respeito pela terra que toca e sendo humilde ao se abaixar diante de Deus.

O Fechamento
Após o atendimento, é feito o fechamento com uma oração (Pai-Nosso e Ave Maria e um pronunciamento de fé sobre o trabalho) que oficializará o fechamento dos trabalhos e da corrente.
Muitos terreiros utilizam uma cortina para o conga, quando há o fechamento da gira é fechada a cortina.
Após a oração é cantado um ponto de fechamento de giras (trabalhos).
Assim é dado os trabalhos por encerrado nesse dia.

Organização de um Terreiro de Umbanda
Na parte espiritual as principais autoridades umbandistas são os pais-de-santo ou mães-de-santo, padrinhos ou madrinhas, que incorporam as entidades, zelam pela manutenção da doutrina e presidem as sessões realizadas no terreiro (o templo).
Abaixo deles estão os pais e mães pequenos, filhos ou filhas-de-santo, que também são médiuns. Há ainda os auxiliares de culto, que ajudam a organizar o terreiro e assessoram os pais-de-santo e médiuns de incorporação durante as sessões.
Os auxiliares mais conhecidos são :
Cambones ou Cambonas : São os médiuns que cuidam do orixá, servindo suas bebidas, comidas, o cigarro ou charuto, suas vestes, escrevendo para ele, enfim auxiliando em todo o trabalho.
O cambone é, sem dúvida alguma, o médium mais difícil de doutrinar (aprender), por que ele deve conhecer como é cada orixá , saber o que cada orixá quer, o que bebe, saber servir enfim é uma arte.

Ogan : Os ogans são os responsáveis pela “puxada” dos pontos do terreiro.
Eles devem ser detentores da sabedoria e reconhecer qual ponto deve ser puxado para qual entidade.
Para os ogans a parte que deve ser mais difícil é não saber o que mas sim o quando.
Um ogan deve no mínimo conhecer 7 pontos de cada entidade e de cada momento (pontos de abertura, saudações, pontos de bater cabeça, etc).

Tabaqueiros : Os tabaqueiros são os responsáveis pela curimba, ou seja, pelo toque das atabaques.
Um toque diferente pode comprometer qualquer trabalho e ainda ser responsável pelo cruzamento da linha com o candomblé.
É muito importante o entrosamento com o Ogan, uma vez que dependem dele para saber o ponto que será puxado e assim poder dar o toque.
Os tabaqueiros também devem saber quando, como e porque de cada toque, repique, etc.

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