segunda-feira, 25 de agosto de 2008

OXALÁ, O ORIXÁ DA CRIAÇÃO

Na Umbanda, Oxalá representa o mais alto na hierarquia dos Orixás, tendo como contra parte nosso Mestre Jesus, o médium supremo.

Nos pontos riscados é representado por uma estrela de cinco pontas.

Como Orixá na Umbanda, Oxalá se apresenta sob três formas:

OXAGUIAN: o Oxalá Menino, que é sincretizado com o Menino Jesus de Praga.

OXALUFAN: o Oxalá Velho, sincretizado com Jesus no Monte das Oliveiras.

OXALÁ: sincretizado com Jesus Cristo.

Tanto na Umbanda quanto no Candomblé é de Oxalá a tarefa de criação da Humanidade.

Por isso a equivalência a Jesus, manifestação máxima de Deus trino: Pai, Filho, Espírito Santo.

Além de responsável pelo molde dos primeiros seres humanos na Terra, é considerado também o criador da cultura material.

Oxalá é representado nos Congas por Jesus e é a autoridade suprema na Umbanda.

É ele quem ordena aos Orixás que venham ajudar seus filhos por meio dos Guias e Mensageiros que vêm em Terra.

Sua imagem é a de Jesus Cristo, sem a cruz e sua cor é branca.

Oxalá é considerado o Orixá maior na Umbanda, porque é capaz de atuar em todos os elementos e vibrações através dos outros Orixás.

Éter e Luz: são o elementos e a força da Natureza correspondentes à Linha de Oxalá.

Dia da Semana: Sexta-feira.

Vibração: atua no chacra coronário.

Cor: Branca, com raios dourados.

Cores da Guia: Contas brancas leitosas.


OXALÁ NOS CULTOS AFRO-BRASILEIROSO

Mais importante e elevado do Panteão lorubá; foi o primeiro Orixá criado por Olorum (O Deus supre­mo).

É um dos Orixás Fun-Fun (da corbranca).

São muitas as suas lendas e extensa sua origem e história na África.

No Brasil, são mais conhecidos Oxalufan "o velho" e Oxaguian "omoço".

Na sua forma "guerreira", Oxalá carrega uma espada, cheio de vigor e no­breza; na condição de velho e sábio, curvado pelo peso dos anos, é uma figura nobre e bondosa que carrega um cajado, o Opaxorô,de forte sim­bologia, utilizado para separação do Orun (o Céu) e oAyié (a Terra).

No Brasil é o mais venerado e sua maior festa é uma cerimônia chamada "Águas de Oxalá", que diz respeito à sua lenda dos sete anos de encar­ceramento, culminando com a cerimônia do "Pilão de Oxaguian", para festejar a volta do Pai.

Esse respeito advém da sua condição delegada, por Olorum, da criação e governo da Humanidade.


CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXALÁ

Os filhos de Oxalá são pessoas tranqüilas, que tendem à calma até nos momentos mais difíceis. São amáveis e pensativos, mas não cos­tumam ser subservientes.

São articulados, reservados e às vezes muito teimosos, sendo difícil con­vencê-los de que estão errados na resolução de um problema.

Em Oxalufan, o Oxalá mais velho aparece com a tendência para o debate e a argumentação.


A LENDA AFRICANA

Orixalá ou Obatalá foi encarregado por Olorum de realizar uma grande e importante tarefa: a da criação do mundo.

Para isso, recebeu de Olorum o "Saco da Criação".

Mas antes de iniciar sua viagem para o cumprimento da mis­são era necessário que Oxalá realizasse oferendas para Bará.

Mas, com seu caráter um tanto orgulhoso, não o fez.

Iniciou então sua caminhada, e, ao chegar à porta do além, encontrou Exu-Bará, fiscal das comunicações entre os dois mundos.

Ao saber queo Grande Orixá não havia feito as oferendas, fez com que ele sentisse muita sede durante a caminhada.

Oxalá não teve outra saída senão tomar o líquido refrescante que escorre do dendezeiro - o vinho de palma.

Com isso ficou bêbado, perdeu o rumo e adormeceu.

Veio então Odudua, criado depois de Oxalá, e, vendo-o adormecido, roubou-Ihe o Saco da Criação e levou até Olorum, que disse: "Vá você Odudua, vá e crie o mundo".

Odudua encontra uma grande extensão de água e deixa cair o conteúdo do Saco da Criação - a terra; formou-se um monte que ultra­passou as águas.

Odudua colocou sobre o monte deterra uma galinha de cinco patas, que espalhou a terra sobre as águas.

A terra foi se alargando cada vez mais criando a cidade dellê-lfê.

Quando Oxalá acordou e não encon­trou o Saco da Criação procurou Olo­rum, que o castigou proibindo-o de beber vinho de palma e usar azeite de dendê.

Como consolo, ordenou-lhe que moldasse no barro o corpo dos seres humanos, sobre os quais Ele, Olorum, sopraria avida.

Texto e pesquisa: Virgínia Rodrigues

Base de consulta: www.auxiliadora.org.br

Fonte: Revista Espiritual de Umbanda – Nº 12

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