sábado, 23 de agosto de 2008

O Cemitério

O cemitério traz um grande paradigma para as pessoas, por ser um local onde os corpos sem vida são depositados.

Talvez o medo, malestar de estar ou ir ao cemitério refere-se ao conjunto de pensamentos e sentimentos negativos que as pessoas vibram ao dirigir-se e estar no local.

Isso acaba gerando um holopensene* de tristeza, devido ao parente/amigo que morreu na visão da maioria.
OBS: Holopensene: Atmosfera psíquica do ambiente, resultado da somatória dos pensamentos e energia das pessoas que o frequentam. É a "auracoletiva" do lugar em questão. Esse tipo de designação é muito utilizada na conscienciologia e na projeciologia.

Toma-se uma sensação de melancolia pela falta de crença ou esclarecimento, acreditando que houve realmente a morte eterna e que nunca mais se encontrarão.

Por tal motivo o cemitério em uma visão profana é sinônimo de um recinto "pesado" energeticamente, triste e habitado por almas penadas, espíritos sofredores e perdidos.

Esse contexto está presente em muitas mentes umbandistas com certo grau de esclarecimento sobre espíritos ou o próprio ponto de força.

Quantas vezes não ouvimos dizer que ir ao cemitério pode ser perigoso para o médium, pois é um atrator natural de cargas e lá há muitos espíritos sofredores que se ligarão.

Claro que se ligarão à aqueles que se colocarem no campo santo de uma forma profana ou com sentimentos e pensamentos negativos, afinal os afins sempre se atraem.

Mas para aquele umbandista, esclarecido, que no seu terreiro cultua o Pai Obaluaê e o Pai Omolu deveria encarar a ida ao campo santo como um ato religioso divino, pois ao entrar está pisando em solo sagrado, em mais um divino ponto de força do nosso amado divino Criador, assim como o mar, a cachoeira, as matas, pedreiras, etc.

O cemitério é o ponto de força natural do querido Papai Obaluaê e
Papai Omolu.

Pai Obaluaê, senhor das passagens, transmutador de tudo na vida.

Da morte do corpo físico para o corpo espiritual, assim vice-versa.

Sr. das passagens, da doença para a cura, do ódio para o amor, da busca de dias melhores, etc.

Na Umbanda chamado como Sr. das almas, traz a todos uma enorme calmaria, um bem estar e bastante estabilidade.

E postando-se de uma forma e atitude sagrada, quando aquietamo-nos no cemitério sentimos essa mesma sensação, silenciosa e calma.

É nítida a semelhança do local (ponto de força) com o Orixá, pois os dois são unos e se completam.

Há também a força do Orixá Omolu, Sr. da morte, paralisador de tudo que chegou ao ponto determinado perante a Lei Maior.

Sua qualidade paralisante é um meio de "parar" tudo e todos que estiverem criando e gerando em caminho inverso, oposto e desvirtuado ao Divino Todo.

Omolu corta nossa ligação material para espiritual (desencarne), pune aqueles que atentaram e desvirtuaram-se na vida, Orixá guardião divino dos espíritos caídos.

Um paizão que também nos ajuda a dar o fim aos nossos vícios, a morte à ignorância, morte ao ego e a vaidade.

Por todos esses motivos não devemos temer esse local sagrado e os Orixás regentes desse magnífico ponto de força.

Uma oferenda, oração realizada desencadeia um processo extremamente positivo para todos que se colocarem em respeito e principalmente de coração aberto e puro para receber a bênção.

Ao entrar no campo santo, cruzem o solo em reverência às forças do alto, embaixo, esquerda, direita, e que o lado sagrado abra-se para você naquele momento.

Peça licença aos Srs. Orixás Obaluaê, Omolu,Iansã das almas e Ogum Megê.

Também aos senhores exus e pombagiras da porteira.

Façam aquilo que tiver que fazer, com amor, dedicação e respeito.

E sintam-se agradecidos por serem umbandistas, por ter essa oportunidade maravilhosa que é de louvar nossos pais e mães orixás em seus pontos sagrados.

E tristeza, pra que no cemitério?

Afinal nunca morremos, apenas passamos de um estágio para o outro.


Tatiana Tieme Yano

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