sexta-feira, 30 de abril de 2010

É Mojubá !!!


É Mojubá !!!


Hoje falarei um pouquinho sobre um tema bastante solicitado pelos nossos leitores: Exu! Não é à toa que muitos pedem para publicarmos artigos sobre Exu, afinal é a representação do maior mistério, da maior fonte de controversas e da maior força da nossa Umbanda. Costumo dizer que Exu faz a guerra para trazer a paz; que Exu é aquele que tudo sabe, tudo vê, tudo ouve e que sem Exu não se pode fazer absolutamente nada.


Mas, enfim, quem é Exu?


EXÚ – palavra em yorubá (Èsù) pode ser traduzida como esfera. O simbolismo do círculo é muito antigo e encontrado em várias culturas: ele representa o infinito, o que não tem começo nem fim e está em todos os lugares.


Exú é um Deus da mitologia yorubá e afro-brasileira. É a divindade mais controversa do panteão afro-brasileiro, talvez por ser o mais intrinsicamente humano de todos os Orixás. Ele é o Mensageiro dos Deuses, seu poder é o de receber e transportar os pedidos e oferendas dos seres humanos ao Orum, o mundo dos Deuses. É o Senhor dos caminhos, das encruzilhadas, das trocas comerciais e de todo tipo de comunicação. Por isso, ele é o movimento inicial e dinâmico que leva à propulsão, ao crescimento e à multiplicação.


Exu na Umbanda é Orixá, é Guardião e Guia, é força, energia e potência Divina que atua sob ação da Lei Maior, ativando e cessando nossos carmas. São espiritos iluminados que, de forma muito peculiar, conhecem nosso íntimo e nossa conduta muito mais que nós mesmos e através desse conhecer amplo é que ativam em nossa vida nossas maiores provações.


Não são duais na concepção da palavra, mas atuam vigorosamente em nossa dualidade proporcionando-nos apenas o que nos é de merecimento e, claro, que essa atuação é muitas vezes enxergada por nós como uma ação externa, como uma ação de Exu, e dificilmente como sendo nossa. Sendo assim, Exu não faz o mal, muito menos faz o que queremos ou o que pagamos, Exu não é nosso escravo ou nosso serviçal, Exu não nos deve nada, nós é que devemos a Ele.


Portanto, pedir algo a Exu, só se for proteção, proteção e proteção. Afinal, Ele já sabe o que merecemos.


DIA DA SEMANA – Segunda feira – é um dia propício para magias e rituais que invoquem paz, fertilidade, harmonia e meditação. A energia lunar do dia favorece novos começos e confere poder.


CONTAS – pretas (neutraliza/absorve) e vermelhas (ativa/irradia), reafirmando a energia da contradição de Exu.


PADÊ – palavra yorubá que significa ENCONTRO ou REUNIÃO, durante a qual Exu é chamado, saudado, cumprimentado e enviado ao além com a intenção de convocar outros deuses para a festa e, ao mesmo tempo, tem a função de afastá-lo para que não perturbe a boa ordem da cerimônia


OGÓ – bastão de Exu, é um bastão com cabaças que representa o falo. Espécie de cetro mágico com que ele se transporta aos lugares mais longínquos, tem o poder de atrair pelo seu poder magnético. Do ioruba ògo, “porrete usado para defesa pessoal”.


FALO – representa a fertilidade da vida, o poder sexual, reprodutivo e gerativo. Nas “religiões da natureza”, o sexo é um ato sagrado. E se ele é sagrado, seus frutos também são. A noção de pecado original seria uma aberração nesse sistema religioso; além disso, um dos ideais do estilo de vida iorubano era ter uma família numerosa e, portanto, o culto a Exú fazia-se essencial.


TRIDENTE – tradicionalmente divino nas culturas pagãs anteriores ao Cristianismo, por isso a cultura católica fez questão de pregar o inverso, para facilitar a conversão de seus fiéis com que esquecessem os mistérios a que tinham acesso direto. Agora o único acesso a qualquer mistério estaria na mão de um Sacerdote Católico. Podemos citar ainda os tridentes de Netuno, Posseidon e Shiva, entre outros. Tridentes mostram o valor divino concedido a eles; a trindade; o alto, o meio e o embaixo; Céu, Mar e Terra; Luz, sombra e trevas;


ENCRUZILHADA – cruzamento vibratório, representa a dualidade, a escolha, as possibilidades e o livre arbítrio.


Vejam que expressivo este poema sobre Exu:




Exu para Jorge Amado



Não sou preto, branco ou vermelho


tenho as cores e formas que quiser.


Não sou diabo nem santo, sou Exu!


Mando e desmando,


traço e risco


faço e desfaço.


Estou e não vou


tiro e não dou.


Sou Exu.


Passo e cruzo


traço, misturo e arrasto o pé


sou reboliço e alegria


rodo, tiro e boto,


jogo e faço fé.


Sou nuvem, vento e poeira


quando quero, homem e mulher


sou das praias, e da maré.


Ocupo todos os cantos.


Sou menino, avô, maluco até


posso ser João, Maria ou José


sou o ponto do cruzamento.


Durmo acordado e ronco falando


corro, grito e pulo


faço filho assobiando


sou argamassa


de sonho carne e areia.


Sou a gente sem bandeira,


o espeto, meu bastão.


O assento? O vento!..


Sou do mundo,nem do campo


nem da cidade,


não tenho idade.


Recebo e respondo pelas pontas,


pelos chifres da nação


sou Exu.


Sou agito, vida, ação


sou os cornos da lua nova


a barriga da rua cheia!…


Quer mais? Não dou,


não tou mais aqui


E para finalizar, um presente a todos vocês: um vídeo muito bonito que fala sobre a existência do bem e do mal.


http://www.youtube.com/watch?v=VqgcrJs5cPE&feature=player_embedded



Um professor ateu desafiou seus alunos com esta pergunta:


— Deus fez tudo que existe?


Um estudante respondeu corajosamente:


— Sim, fez!


— Deus fez tudo mesmo?


— Sim, professor — respondeu o jovem.


O professor replicou:


— Se Deus fez todas as coisas, então Deus fez o mal, pois o mal existe e, considerando-se que nossas ações são um reflexo de nós mesmos, então Deus é mau.


O estudante calou-se diante de tal resposta e o professor, feliz, se vangloriava de haver provado mais uma vez que a Fé era um mito.


Outro estudante levantou sua mão e disse:


— Posso lhe fazer uma pergunta, professor?


— Sem dúvida, respondeu-lhe o professor.


O jovem ficou de pé e perguntou:


— Professor, o frio existe?


— Mas que pergunta é essa? Claro que existe, você por acaso nunca sentiu frio?


O rapaz respondeu:


— Na verdade, professor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade, é ausência de calor. Todo corpo ou objeto pode ser estudado quando tem ou transmite energia, mas é o calor e, não o frio que faz com que tal corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frio não existe. Criamos esse termo para descrever como nos sentimos quando nos falta o calor.


E a escuridão, existe? — continuou o estudante.


O professor respondeu:


— Mas é claro que sim.


O estudante respondeu:


— Novamente o senhor se engana. A escuridão tampouco existe. A escuridão é na verdade a ausência de luz. Podemos estudar a luz, mas a escuridão não. O prisma de Newton decompõe a luz branca nas várias cores de que se compõe, com seus diferentes comprimentos de onda. A escuridão não. Um simples raio de luz rasga as trevas e ilumina a superfície que a luz toca. Como se faz para determinar quão escuro está um determinado local do espaço? Apenas com base na quantidade de luz presente nesse local, não é mesmo? Escuridão é um termo que o homem criou para descrever o que acontece quando não há luz presente.


Finalmente, o jovem estudante perguntou ao professor:


— Diga, professor, o mal existe?


Ele respondeu:


— Claro que existe. Como eu já disse no início da aula, vemos roubos, crimes e violência diariamente em todas as partes do mundo, essas coisas são o mal.


Então estudante respondeu:


— O mal não existe, professor, ou ao menos não existe por si só. O mal é simplesmente a ausência de Deus. É como nos casos anteriores, um termo que o homem criou para descrever a ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a fé ou o amor, que existem como existem a luz e o calor. O mal resulta de que a humanidade não tenha Deus presente em seus corações. É como o frio que surge quando não há calor, ou a escuridão que acontece quando não há luz.

Escrito por Mãe Mônica Caraccio


Retirado do site: http://www.minhaumbanda.com.br

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